sexta-feira, 23 de outubro de 2009

JESUS TACOU O MIXER NA CRUZ

O episódio envolvendo o novo gostoso da Madonna e o excelente DJ Tocadisco é um sinal dos tempos. É o “poser” pré fabricado e com as costas quentes (ou o pinto quente) versus um profissional verdadeiro, de qualidades comprovadas e currículo (na área em questão) invejável? É. É uma palhaçada? É!

Não quero fazer “a velha”, quero fazer “a crítica”! Porque, em tempos de acesso ilimitado a informação; em tempos em que criar-se a situação vale mais do que a ação que se tem perante tal situação; realmente, podemos nos tornar o que quisermos. O que faz da Xuxa, uma profeta, lembra: querer, poder, conseguir? Simples assim!
O problema, na minha opinião, não é o produto de qualidade duvidosa, com prazo de validade curtíssimo; cada um que se entupa da droga que bem entender. A coisa fica criminosa é no âmbito da propaganda enganosa. E fica frustrante e desesperadora, quando a propaganda enganosa não engana mais ninguém e mesmo assim o produto vende bem! Quem come churrasco, pouco se importando se é de gato ou de vaca, um dia pode chegar em casa e encontrar a caixa de areia vazia!

E como toda opinião que preste passa, necessariamente, por uma experiência pessoal, vamos a ela: profissão: “DJ”. Os “DJs” entram num grupo de profissionais que sofrem com a facilidade e a aparente falta de pré requisitos que seus ofícios possuem para muitos. Muita gente pensa que não é preciso formação, experiência profissional, conhecimento específico e talento para lidar com música, com informação, com ficção... isso são coisas para quem tem um “trabalho de verdade” e lida com órgãos vitais, com dinheiro, com cáries...

Assim, a Luciana Gimenez é apresentadora, o Cacau Menezes é jornalista, a Fernanda Lima é atriz e apresentadora, a Adriane Galisteu já escreveu um livro, o Créu é música e a Maísa ainda vai ser presidente do Brasil, e o Sérgio Mallandro, provavelmente, o vice.

Eu não sou DJ... ainda. O termo DJ é um rótulo que precisamos vestir, para sermos mais bem identificados pelo senso comum; hoje se atribui esta designação para toda e qualquer pessoa que “bote som” numa festa.

Mas o real DJ é outra coisa. Basta dizer que um DJ de verdade faz as suas próprias mixagens, nunca de outros, como bem apontou o Tocadisco em relação ao Jesus da Luz.
“Botar som” foi algo que surgiu por necessidade, ao produzir festas onde eu cantava com a minha banda. A partir daí me apaixonei pelo ofício, é viciante mesmo. Só que a partir daí, decidi levar a sério e aprimorar meu trabalho ao ponto de ter direito de ver meu nominho num flyerzinho com essas duas letras maiúsculas na frente dele.
E não precisa fazer uma faculdade, nem mesmo um curso profissionalizante, ou viajar pra Londres, ainda que tudo isso seja muito bom. Na verdade esta chegando a hora em que será obrigatório ter um registro profissional e submeter-se a uma avaliação. O que é ótimo. Mas estou falando de um estágio anterior.

No meu caso, a necessidade gerou comprometimento, em primeiro lugar; o que é fundamental para gerar uma dinâmica profissional, já que as pessoas divulgam, realizam seus eventos em locais públicos e cobram por isso, nada mais justo que você, no mínimo, se leve a sério. Caso contrario, o melhor é fazer festinha americana em casa: as meninas levam salgadinhos e os meninos levam refri!
Depois é preciso saber se existe uma “faisquinha” de talento em você para ser lapidada, desenvolvida. Como ouvi de uma modelo na TV: você tem que insistir, não desistir na primeira. Mas lá pelo vigésimo fracasso, talvez seja a hora de pensar que essa não é a sua praia!

E daí pra frente, com licença, vai à luta Fernanda! Vai trilhar o caminho que só cabe a você saber, rumo ao desenvolvimento pleno da função que você escolheu exercer.
Eu to seguindo o meu, falta coisa pra caralho, mas quando algum profissional da área reconhece valor real no que faço, tenho certeza de não ser aquela feinha de um metro e meio que sonha ser modelo.

O Jesus tacou o mixer na cruz. Podia ser um modelo honesto, mas, ambicioso, quis ser também um DJ charlatão. O consolo é que, quando a Madonna enjoar do pinto dele, ele some rapidinho.

No fim das contas, o povo sabe, ô Tocadisco, que ele não é DJ, pagam pra ver o pau amigo da Madonna mesmo. Foda é ele zonear mais ainda o trabalho dos DJs pra aparecer, podia simplesmente posar nu, desfilar, ou então fazer uma performance discotecando com o pinto. Nada contra querer ver o cara, curtir o cara, mas na função certa. Eu acomodava ele na minha caixa de areia, sem problemas. Mas jamais pagaria 30 mil pra ele tocar na minha festa, nem que fosse punheta!

Zuleika Zimbábue, 21|10|2009

2 comentários:

Unknown disse...

zule, ahazou. tirou as plavras da minhas boca. principalmente a parte da punheta. beijos!

Nando Schweitzer disse...

Se deve incluir no Aurélio como sinónimo de "Talento" - Caralho, ou pinto, ou pau. Como quera cada um a seu gosto pessoal.